Apesar de ter passado a semana em casa, a tratar de papeladas para trazer a minha menina para casa e fazer 1001 planos para o estrado para se poder dormir lá com um crash-pad, no fds pude vingar-me com a ajuda do Pedro Mendes.
Tudo começou no Rocódromo, conversa puxa conversa, contei das férias furadas e do desejo de ir ao Gerês desde que fui fazer bloco lá perto em Nossa Senhora do Livramento...
O Mendes entretanto telefonou ao Pedro Lima, que tem a loja Xplora em Braga (de escalada, montanhismo, expedições, etc ), a perguntar o que se fazia lá para cima e acabou-se por combinar que ia-mos ter com ele a Melgaço fazer-lhe companhia num Rafting que descia o Rio Minho organizado pela Escola de Rafting Atlântico.
O Rafting teve inicio na Barragem da Frieira, depois do nosso monitor, o Guilherme, ter-nos dado algumas luzes sobre possiveis eventualidades de alguém cair fora de bordo, técnicas de remar em diferentes situações, etc.
Foi espectacular!!! A adrenalina a subir quando se está a entrar nas águas bravas, o monitor a gritar:
-Os da direita, remem para trás... os da esquerda para a frente! Fooooorça! Vá, não podem desistir agora! Agora todos para a freeeente!... já podem descançar.
in site Escola de Rafting Atlântico
Quando acabámos tivemos direito a umas belas sandes de presunto para repôr a energia e enquanto uns ficaram para continuar algumas actividades como o tiro ao arco, nós descemos para o Gerês com as indicações do Pedro Lima, para eu conhecer a famosa Meadinha.
Infelizmente não tive lá muito tempo, mas a visita relâmpago só veio alimentar ainda mais a minha vontade de ir lá acampar para conhecer o parque natural com as suas lagoas de água cristalina, embrenhar-me nos bosques e fazer bloco.
Não tenho experiência mas até hoje foi o granito que mais gostei. É mais granulado que o de Sintra com cratons enormes onde cabem 2 a 3 dedos, muito aderente com diedros e fissuras para clássica. Como estou a passar uma fase em que ando um bocadinho desmotivada devido à parte psicologica, este tipo de rocha com protecções bem arejadas logo a partir da primeira chapa não será o melhor, porque pensa-se sempre numa queda à moda do ralador de queijos, mas na brincadeira ainda me empoleirei num bloco a caminho do penedo e tentei fazer uma travessia com pés de gato todo-o-terreno e realmente a rocha é mesmo boa com rugosidades enormes. Aquilo é muito fácil... eu é que não sei escalar! He he he
Lá para o fim da tarde, continuámos a descer no mapa em direcção a Constância para a inauguração do observatório solar inserido na "Astofesta 2007". Pelo caminho ainda podemos desfrutar da companhia de uma excursão auto-denominada “Convívio dos homens unidos nos garrafões” durante o jantar :)
by Pedro Mendes
Foram as 24h mais preenchidas e originais que tive até hoje. Chegados à AstroFesta foi montar as tendas num parque que a organização da Ciência Viva disponibilizou para os visitantes e procurar telescópios focados na Via Láctea, Plêiades, M13 (o triângulo de verão formado pelas constelações Águia, Cisne e Lira), a famosa Cassiopeia e a constelação mais hilariante da noite que ganhou por unanemidade (só eu é que votei) foi o Cabide.
- Cabide!?- perguntam-me.
Exactamente essa foi a resposta desiludida de uma criança curiosa que estava à espera de uma resposta inteligente e um nome dificil de pronúnciar ou de influências matemáticas do dono de um telescópio. Contado não tem graça, era preciso estar lá e ver a cara do puto.
by NFist
Mas o mais interessante de tudo foi a palestra leccionada por um catedratico muito castiço sobre o atraso (tempo) que a luz sofre até chegar a nós (espaço que tem a percorrer), referente a muitas das estrelas que observamos no céu que já não existem à milhões de anos. Seguindo a mesma lógica, foram dados vários exemplos aplicados ao dia a dia. Vá não pode ser só escalada, um bocadinho de cóooooltura inútil (daquela que quem me conhece sabe que gosto) também faz falta. Então pensem lá comigo:
- A lua está a 380 000 km da terra e a imagem que temos dela (a luz) demora pouco mais que 1segundo a chegar à terra. Ou seja, vemos a lua com um atraso no tempo, a lua que vemos é do passado.



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